É talvez das autoras mais (mal) citadas na Internet. Tudo o que diz, ou não diz, parece tornar-se post. Neste excerto de uma entrevista, Clarice Lispector já falava da replicação dos seus textos.
A proliferação de frases, textos, até imagens, cria uma falsa sensação de familiaridade e, provavelmente, não ajuda a conhecer a autora. No entanto, vale a pena calar o ruído, empurrar a porta e descobrir a sua escrita. Clarice Lispector foi romancista, contista, cronista, moveu-se em todos os campos da palavra – e cada uma continua a causar reverberação. «As palavras que digo escondem outras – quais? talvez as diga. Escrever é uma pedra lançada no poço fundo», escreveu em Sopro de Vida, muito a propósito da Escrita do Eu, ou dos «eus» que todos somos.